paquito d'rivera

ele é saxofonista e clarinetista cubano que nos anos 80 pediu asilo político nos estados unidos. trabalhou com dizzie gillespie e outros gigantes. toca que é uma beleza e teve uma entrosação com a jazz sinfônica que arrepiou todo mundo. tocou uma versão de bach que me molhou os olhos. como é bom estar diante de quem toca com amor e respeito à música. uma vez ouvi não lembro de que músico: "quanto mais a gente toca música, mais a gente percebe que não sabe nada de música. ela é muito maior do que nós." é isso. paquito d'rivera tem deferência à música. por isso é um mestre.

ostras

na sexta à noite é dia da gente chegar mais perto um do outro, de contar a semana, de planejar o fim de semana, os sonhos, o futuro. toda sexta é minha e dele, do nosso casamento. nessa que acabou de passar fomos ao spadacchino comer ostras com vinho branco bem gelado. depois ele pediu um peixe e eu uma massinha de abóbora com pesto de rúcula. foi uma delícia. saímos de lá nas nuvens.

censo da vida marinha

Cientistas estão perto de mapear criaturas invisíveis a olho nu que vivem no fundo dos oceanos do planeta. O projeto faz parte do Censo da Vida Marinha que envolve mais de 2 mil cientistas de mais de 80 países, em uma das maiores colaborações científicas internacionais já realizadas. O projeto deve ser concluído até outubro. As formas são de uma beleza impressionante.

Calcula-se que o número de micróbios nos oceanos fique na ordem de 10 à 30ª potência, ou 1 nonilhão.
Se fossem reunidas e retiradas do mar, as criaturas microscópicas pesariam o equivalente a 240 bilhões de elefantes africanos.

censo da vida marinha

o rosto

estava googlando, em busca de um ortopedista pro meu joelho e, quando eu dou conta, estava lá o nome dele: Clauber Eduardo Tieppo. um namoradinho que tive na minha adolescência. ele morava na Cardoso de Almeida e a gente estudava no Assis Pacheco juntos. descobrimos um porção de coisas gostosas, lembro dele com muito carinho. pois bem, e não é que o cara virou ortopedista?! e o que é mais curioso -
é um triatleta, desses que fazem ironman, nadam, correm maratona, andam de bicicleta. aí eu fui buscar a foto dele, uma imagem sequer, pois na minha lembrança ficaram as palavras que ele me dizia, os bilhetes que me escrevia mas não o seu rosto, não guardei nenhuma foto dele comigo. pois busquei bastante até que achei umas fotos dele em competições. achei curioso ver seu rosto, já homem feito. não era o mesmo Clauber que um dia conheci. Era outro Clauber que viveu muitas outras vidas e se transformou. será que se ele me visse me reconheceria? ou melhor será que se eu me visse hoje com olhos do passado, me reconheceria?

acordei segunda lendo Clarice

me deu vontade hoje de ficar bem quietinha, lendo só. sem palavras para fora de mim. só para dentro.
aí abri "Descoberta do Mundo" da Clarice. meu livro de cabeceira preferido. abri numa página aleatoriamente, aí me deparei com o seguinte texto:


Um diálogo
Quando estudei francês teria me divertido muito mais se meu livro escolar fosse como esse que vi. E que contém o diálogo entre o pai-cachorro e o filho-cachorro.
Pai-cachorro: "Você tem estudado muito?"
Filho-cachorro: "Tenho"
Pai-cachorro: "Matemática?"
Filho-cachorro: "Não"
Pai-cachorro: "Ciências?"
Filho-cachorro: "Não"
Pai-cachorro: "Geografia, filosofia ou história?"
Filho-cachorro: "Não"
Pai-cachorro: "Afinal que é que você tem estudado?"
Filho-cachorro: "Línguas estrangeiras"
Pai-cachorro: "E o que é que você aprendeu em línguas estrangeiras?"
Filho-cachorro: "Miau"

la vie en rose

lá vou eu todo sábado pela manhã - às 8h da matina - para a aula de francês. uma delícia entrar num mundo novo de palavras e repertórios. soam quase como mantras de meditação. aprender uma língua nova esvazia a cabeça do dia a dia e cria um vínculo com a inocência. somos todos crianças quando vamos para a aula. tudo é novo. saio de lá, às 11h15 bem feliz. Salut.

um dia sem surpresas

adoro o seguinte ritual: ir na primeira sessão de cinema do domingo cedo. acordar, tomar café e ir assistir a algum blockbuster sem fila. domingo fomos ver robin hood com russel crowe e cate blanchett. típico épico, típico roteiro, típicas interpretações. tudo típico e tudo bom. exatamente por ser esperado. nada como um dia sem surpresas

os dias

os dias passam, na centrífuga que é São Paulo e quando a gente se dá conta, um mês se passou sem um post. por causa do trabalho, por causa da rotina, do supermercado, dos cachorros, do marido, por causa das nossas angústias e loucuras. parece até que a vida às vezes dá voltas em torno de si mesma.