show do pow

foi uma porrada. dessas que a gente perde o eixo, fica zonza e não acredita. uma porrada no bom sentido. de tirar o fôlego, de arrancar de uma só vez todas as folhinhas dos calendários passados. eu era naquele instante uma menina, que estava no quarto do meu irmão, fuxicando em seus discos para pegar pela enésima vez, um dos beatlles. podia ser qualquer um. foi assim que cresci. primeiro eu gostava mais do john lennon - e coincidiu esse meu amor com a morte dele, aí virou uma epifania do afeto. depois que cresci mais um pouquinho e defini minhas escolhas musicais, vi que gostava mesmo do george. até hoje ele é o meu preferido. mas até ficar adulta mesmo, eu não havia me aproximado do paul. o fato é que a idade vem, e com ela, a consciência de que "times are a changing"e que não é preciso desgostar de um para gostar do outro, e... mils etcs...o fato é que comecei a me afeiçoar a Paul. li a biografia do Lennon e vi na imagem que foi passada do Paul, uma pessoa mais equilibrada que o John. bem mais. e aí fui pesquisando suas músicas, fui entendendo seu papel na dupla mais famosa do mundo e pois bem, ontem lá estava eu no meio do Morumbi, arriscada a virar sardinha no meio de uma porção inimaginável de gentes. o fato é que dancei, chorei, vivi, lembrei, arrepiei, cantei junto, errei a letra, fiquei ali em êxtase. ouvir um 'Beatles' é um privilégio nessa minha vida. e voltei atrás na minha infância. justo no momento em que cantava eleanor rigby junto com paul, o meu coração voltou lá atrás e toda a minha vida foi sentida num só sopro. num pow

cahier des rêves

eu tenho um caderninho de sonhos. o mesmo que escrevo desde 2001. só anoto sonhos. agora ele está terminando. um dia desses eu dei uma folheada para relembrar os sonhos que antecederam momentos importantes da minha vida. sonhos recorrentes, imagens que se repetem, se repetem, se repetem, até o inconsciente resolver a mensagem. sempre fui boa de sonhos. meus terapeutas adoravam.

São Paulo - João Pessoa de carro

no final do ano vamos fazer uma bela aventura. vamos de são paulo a joão pessoa de carro.
com lobinho, nina e diego que vem de avião para voltar com a gente. agora que está chegando eu começo a me animar muito. adoro viajar. e acho que essa em especial vai ser muito interessante. o trajeto é o seguinte:
São Paulo - Ouro Preto. (682 kms) dormimos duas noites lá, na casa do paulo gaião, amigo de infância do sérgio
Ouro Preto - Montes Claros. (504km)
Montes Claros - Caetité  (413km)
Caetité, BA - Feira de Santana, BA - (533 km)
Feira de Santana - Piranhas AL (429 km)
Piranhas, AL - João Pessoa, PB (584 km)
ufa!

saímos de São Paulo dia 18 de manhã e chegamos dia 24, dia de natal pela manhã em João
Pessoa.





201 pessoas

o sandro, que ficava na porta da exposição tinha um 'gentômetro', um aparelhinho que ele apertava todas as vezes que entrava alguém no salão. pois bem, do início da noite até o final, foram 201 apertadinhas.
cada uma para um visitante, uma pessoa que veio ver as obras do meu amor. parabéns, Sérgio. tenho tanto orgulho de você.

definição de visita

querendo ter minha casa de volta. ter visita é bom, quando dura pouco. visita de mais de uma semana limita os territórios. e quando a gente vê, está acuada. espremidinha num canto, para ler sem ter que conversar. para olhar para o teto, sem ter que se desculpar. para não fazer nada, sem ter que fingir que está fazendo. visita é como casa da praia. boa quando chega, boa quando vai.

agora tem gente que não é visita. essas podem ficar. podem durar. podem morar.