quando eu era pequena morava em uma rua só de casas. as famílias vizinhas conviviam em bastante harmonia. naquela época não havia tanta violência, não se tinha medo de andar à noite, de brincar na rua. eu tinha uma turma de amigas e amigos. com eles compartilhei as primeiras experiências de descobertas do outro, da vida, das relações. jogávamos queimada em frente de casa, brincávamos de esconde-esconde e taco, um jogo que nunca mais ouvi falar.
éramos sete amigas e não-sei-quantos amigos. entre as meninas as nossas conversas giravam em torno de paqueras e namoros e cartomantes, tarólogas, videntes. também jogávamos yam e cartas. nos feriados e férias íamos para a praia e para o interior, numa cidade chamada águas de são pedro.
nessas ocasiões eu aprendia muitas coisas de mulher, que na minha casa não se ensinava. (minha mãe não era nada vaidosa, então não tinha como me transmitir certos segredinhos típicos femininos). aprendi a me maquiar, a secar o meu cabelo com bobs, a hidratar os fios com neutrox e outro creme amarelo-ovo. aprendi a usar coca-cola no corpo enquanto tomava sol, para ficar bem queimada (no caso, tostada) e outras barbaridades mais.
uma delas que nunca me esqueci consistia em passar o cabelo a ferro. isso mesmo. precisava de duas meninas. enquanto uma esticava seus próprios cabelos na cama ou em uma tábaua de passar roupa, a outra pranchava os fios, com o ferro estalando de quente! eu nunca fiz isso em mim mesma, mas assisti inúmeras vezes uma das meninas e sua irmã a fazer isso. o cabelo, naturalmente, ficava um horror.
nossa, isso de passar o cabelo a ferro me parece uma coisa tão antiga! mais até que eu. nunca imaginei que tinha chegado até você...
ResponderExcluirbj
chegou sim Fátima. duas irmãs que tinham o cabelo muito crespo faziam isso direto. nossa os fios ficavam secos, esturricados, pareciam palha. ;)
ResponderExcluirbeijos