texto antigo, escrito em 1995


amor nosso de cada dia

no entanto, temos medo que nosso amor faça amor.
este amor que se conhece cotidianamente.
que se manifesta no supermercado
nas contas, no aluguel, no vídeo que quebrou.
este amor que vira e mexe, vira.
e se transforma no vinho e no suco de laranja.
no pão, na água.
nosso amor faz jejum
se esconde no pote de manteiga
na barra de chocolate: metade para você,
a outra para mim.
milímetros divididos entre amar ou deixar para lá.
dia a dia, noite após noite.
nosso amor desmascarou os véus da sedução.
um conhecer profundo e íntimo que
perdeu a vontade de fazer amor.

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