nina

quando chegamos em casa ela não aguentou de tanta felicidade. lambeu, lambeu. pulou, dançou, rebolou. a minha cachorrinha chow chow é um encanto para nós. quando viajamos ela se deprime, fica triste. às vezes se come - fica com a pata todinha em carne viva. dessa vez ela fez greve de fome. me disseram que não comeu por dois dias, até a sirleide, minha querida cozinheira, colocar caldinho de carne em sua ração. aí não teve saudades que resistisse.

ces't ça nina

a volta

voltar é sempre bom e sempre complicado. as duas coisas. é bom, porque tem o cheirinho de casa, a maciez da cama, a fofura do travesseiro. complicado, porque vem a avalanche dos afazeres. a falta de ritmo. sempre que volto de viagem, perco o ritmo da cidade. são paulo fica incompreensível para mim nesses primeiros dias. eu fico sem lugar na cidade. o meu tempo não combina. e assim vai, até pegar no tranco.primeira, segunda, terceira, quarta, quinta.

a moda parisiense

as tendências apontam para a felicidade. segundo as principais companhias de tendência do mundo, como a Li Edelkoort, as pessoas cansaram do sofrimento e da tristeza, agora é a hora da alegria, da exuberância e esses sentimentos migram para a moda. as vitrines em paris são decoradas com flores de plástico, as estampas das roupas levam muitas florzinhas miúdas, coloridinhas, como um grande jardim visto de longe. nas casas de perfumes e chás, as flores também são as vedetes das fórmulas. a tradicional casa de chás "marriage fréres" tem um pequeno display apenas com chás que levam flores em sua composição. flores por todos os lados. a primavera está evidente em paris.

flores estão nas ruas e nas roupas

em frente à loja da Annick Goutal, minha perfumista predileta

um cantinho

a torre e as luzes

la belle de la nuit

dias corridos

hoje faz uma semana que chegamos em Paris. até então não tinha conseguido parar para escrever. a vida lá fora corre e chama por nós. museus, cafés, restaurantes, lojas, perfumes, pessoas, esquinas, sena, igrejas, bicicletas, aromas, cheiros, frases, vozes. paris é uma multidão. pessoas do mundo inteiro passam por suas ruas. sempre que estou fora do Brasil eu gosto de parar numa esquina e fechar os olhos por alguuns segundos e ouvir os sons das vozes. aqui, eu ouvi português de Portugal e do Brasil, árabe, italiano, espanhol e inglês de todos os sotaques diferentes. muito bom estar em outras terras, vivendo, vendo, comendo e olhado. c'est bon.

la nuit en paris

o melhor das férias é esperar por elas?

antigamente eu adorava os dias que antecediam as férias, ficava pensando no tempo, nas roupas que ia levar, ficava juntando dicas e escrevendo em um caderninho comprado exclusivamente para aquele roteiro. agora eu não faço mais isso. claro que escolho as roupas, mas é tudo muito rápido, meio intuitivo, sem a pilhinha que antes eu fazia das camisetas, das calças e das saias. agora vou colocando tudo junto. não tenho mais tempo de pensar, agora é fazer, fazer. porque as férias ultimamente começam nos 45 do segundo tempo. antes dela tem muuuita tarefa.

sempre teremos paris

rick diz para lisa: "na nossa história, sempre teremos paris. mesmo que a gente nunca mais se veja, sempre haverá a lembrança dos dias que passamos em paris".

e assim eles se despedem.

ela parte com o marido para a américa.
ele fica em casablanca, dirigindo o rick's bar, com seu amigo, o delegado.

ayurveda, ciência do bem-viver