as promessas do ano novo

gastar menos em bobagens
comprar menos roupa, bijouteria, sapato, coisas para casa
comprar mais velas (e acendê-las sempre)
trabalhar melhor (menos horas trabalhosas e mais horas prazeirosas)
andar à pé mais, andar à pé sempre
fazer mais atividades físicas
yoga todos os dias
meditação todos os dias
me acolher
acolher o outro
saber dizer não (com ternura)
saber dizer sim (com sabedoria)
não comer correndo (mastigar bem, para digerir bem)
respirar lenta e profundamente
fazer massagem
fazer acupuntura
ler mais
ir mais ao cinema
beijar meu marido
amar meu marido
amar meus amigos
amar os meus.
não querer abraçar o mundo, mas estender os braços a quem pedir colo, verdadeiramente
silenciar
para ouvir
silenciar
para ver
silenciar
para tocar
juntar um dinheirinho no cofrinho de porquinho cor-de-rosa
ir em pelo menos um restaurante bom por mês
comer bem (sem comer muito)
diminuir o açúcar e o sal
pular todas as ondas dos mares
viajar
conhecer novos lugares
conhecer novas pessoas
estar aberta
ao mundo
estar aberta ao novo.
estar aberta ao
ano.
feliz 2011

escolhendo os livros

uma das minhas maiores dificuldades na hora de arrumar as malas é escolher os livros que vou levar na minha jornada. ora, livro é uma coisa de momento, você sente o livro que quer ler, escolhe na estante, meio intuitivamente até. e, como escolher no momento do agora o livro do momento do amanhã?

essa é sempre uma tarefa da qual me arrependo depois. quero dizer, eu escolho meio errado e vez por outra nas minhas viagens, assim que termino um dos livros, fico com vontade de ler justamente um outro que não trouxe. que ficou guardadinho na estante, enfileirado à espera de meus dedos para ser folheado. dessa vez, para evitar isso, acabei escolhendo vários, entre eles machado de assis.

quero reler machado de assis com olhos de mulher e não com os olhos de menina que era obrigada a ler para a aula de português, na escola. quero reler com o repertório de hoje, com a minha vida de hoje. peguei justamente o melhor, dom casmurro e cá estou encantada com a fluidez de suas palavras. machado é geminiano: gosta de uma boa conversa. e também tinha um interesse muito grande em psicologia.

ainda estou no começo mas depois que avançar mais, eu digo o que achei.

lembranças

chegada

estamos em joão pessoa, depois de 7 dias na estrada. a viagem foi um rito de passagem muito profundo. o fato de estar o tempo todo concentrada na estrada, nas curvas, nos caminhões à frente, na paisagem que se desenrola ao lado, faz com que a atenção esteja o tempo todo no momento presente. não tem análise do passado nem projeção do futuro. a viagem acontece no aquiagora. em toda a magia que vive no tempo da respiração. foi uma delícia por isso. uma prática meditativa. cheguei zerada. são paulo e toda sua imensidão de acontecimentos ficou lá atrás no tempo da memória.

semanas pré-natal

ai. que correria. quanta gente ansiosa, fila, compras, parece que o carnaval vai chegar antes do natal. uma exuberância de pressa que me desagrada. eu me sinto jogada num turbilhão de afazeres nessa época. parece mesmo que precisamos fazer tudo até o gongo da meia-noite do dia 31. quem foi que inventou tudo isso?

eu e a literatura, parte II

paul auster: todos eles. cada um melhor que outro. agora é Invisible. paul auster e ponto final.

eu e a literatura, parte I.

queria dedicar um ano da minha vida para estudar gente que nunca estudei antes. é que sempre fui muito ligada em literatura ficcional. gostava mesmo de ler os clássicos e os novos autores. descobrir romancistas brasileiros e estrangeiros. lembro que dediquei um ano inteiro só lendo pessoas que escreviam em português, reli jorge amado, machado de assis, descobri inês pedrosa. outro ano eu dediquei só às novidades das prateleiras das livrarias. mas de um tempo para cá, comecei a ter necessidade de ler filosofia. não a filosofia clássica, essa ainda não é para o meu paladar, mas uma filosofia mais contemporânea. foi assim que descobri michel onfray e seus incríveis 'potência de existir', 'arte de viajar' e 'ventre dos filósofos'. agora estou apaixonada por gaston bachelard e sua 'a água e os sonhos, ensaio sobre a imaginação da matéria.' ah! que deleite. os dois têm algo em comum, além de serem franceses: escrevem profundidades com poesia. e isso me encanta.

trechos

"mas a terra natal é menos uma extensão que uma matéria; é um granito ou uma terra, um vento ou uma seca, uma água ou uma luz. é nela que materializamos nossos devaneios; é por ela que nosso sonho adquire sua exata substância; é a ela que pedimos nossa cor fundamental. sonhando perto do rio, consagrei minha imaginação à água, a água verde e clara, à água que enverdece os prados. não posso sentar perto de um riacho sem cair num devaneio profundo, sem rever a minha ventura... não é preciso que seja o riacho da nossa casa, a água da nossa casa. a água anônima sabe todos os segredos. a mesma lembrança sai de todas as fontes." gaston bachelard.

natal

vai chegando o natal e eu vou ficando beeeeeem triste. é sempre assim. uma tristeza que começa desde o começo de dezembro e dura até o dia 24. depois passa.

saudade de jasmim

sentimento engraçado.não sei como ativo a saudades, ou como desativo. hoje acordei com saudades das minhas mulheres - da minhã irmã especialmente, mas também da tia helena, da mamãe, da minha prima ana. as minhas mulheres.  figuras femininas que ajudaram a me moldar, a me formar. a não ser a ana, todas as outras estão longe. em outro plano. a tia helena eu tenho até medo de ligar e me dizerem que ela morreu e ninguém me avisou. tenho medo de ligar também e ela ficar triste porque nunca mais apareci. mas é que a vida é longa e curva e quando a gente vê, não dá para ficar parando em cada curva dessas. é assim, tia helena. desculpe mas não consigo te ligar. para mim, é duro ficar assim, me expondo à saudades que sangra. te ver, me sangra, porque lembro de você bem, da minha mãe bem, da minha irmã viva. minha irmã ainda é ferida que dói, arde. já faz 4 anos e meio que ela se foi, mas para mim parece que está aqui. hoje eu achei um sapinho de metal bem pequenininho, numa caixa que tinha umas coisas dela. era um sapinho da sorte, desses de por na carteira para o dinheiro voltar mais fácil do que saiu. senti que era para dar para o sérgio. parecia que estava ouvindo ela me dizer isso: "simone, dê o sapinho para o sérgio". "tá bom, suzana" dei a ele e desci para tomarmos sopa. ele estava lavando a louça e me disse: "você está sentindo esse cheiro de perfume?" eu disse que não. ele disse: "é perfume de jasmim". eu achei que era a suzana, que estava nos visitando com sua saudades de jasmim.

show do pow

foi uma porrada. dessas que a gente perde o eixo, fica zonza e não acredita. uma porrada no bom sentido. de tirar o fôlego, de arrancar de uma só vez todas as folhinhas dos calendários passados. eu era naquele instante uma menina, que estava no quarto do meu irmão, fuxicando em seus discos para pegar pela enésima vez, um dos beatlles. podia ser qualquer um. foi assim que cresci. primeiro eu gostava mais do john lennon - e coincidiu esse meu amor com a morte dele, aí virou uma epifania do afeto. depois que cresci mais um pouquinho e defini minhas escolhas musicais, vi que gostava mesmo do george. até hoje ele é o meu preferido. mas até ficar adulta mesmo, eu não havia me aproximado do paul. o fato é que a idade vem, e com ela, a consciência de que "times are a changing"e que não é preciso desgostar de um para gostar do outro, e... mils etcs...o fato é que comecei a me afeiçoar a Paul. li a biografia do Lennon e vi na imagem que foi passada do Paul, uma pessoa mais equilibrada que o John. bem mais. e aí fui pesquisando suas músicas, fui entendendo seu papel na dupla mais famosa do mundo e pois bem, ontem lá estava eu no meio do Morumbi, arriscada a virar sardinha no meio de uma porção inimaginável de gentes. o fato é que dancei, chorei, vivi, lembrei, arrepiei, cantei junto, errei a letra, fiquei ali em êxtase. ouvir um 'Beatles' é um privilégio nessa minha vida. e voltei atrás na minha infância. justo no momento em que cantava eleanor rigby junto com paul, o meu coração voltou lá atrás e toda a minha vida foi sentida num só sopro. num pow

cahier des rêves

eu tenho um caderninho de sonhos. o mesmo que escrevo desde 2001. só anoto sonhos. agora ele está terminando. um dia desses eu dei uma folheada para relembrar os sonhos que antecederam momentos importantes da minha vida. sonhos recorrentes, imagens que se repetem, se repetem, se repetem, até o inconsciente resolver a mensagem. sempre fui boa de sonhos. meus terapeutas adoravam.

São Paulo - João Pessoa de carro

no final do ano vamos fazer uma bela aventura. vamos de são paulo a joão pessoa de carro.
com lobinho, nina e diego que vem de avião para voltar com a gente. agora que está chegando eu começo a me animar muito. adoro viajar. e acho que essa em especial vai ser muito interessante. o trajeto é o seguinte:
São Paulo - Ouro Preto. (682 kms) dormimos duas noites lá, na casa do paulo gaião, amigo de infância do sérgio
Ouro Preto - Montes Claros. (504km)
Montes Claros - Caetité  (413km)
Caetité, BA - Feira de Santana, BA - (533 km)
Feira de Santana - Piranhas AL (429 km)
Piranhas, AL - João Pessoa, PB (584 km)
ufa!

saímos de São Paulo dia 18 de manhã e chegamos dia 24, dia de natal pela manhã em João
Pessoa.





201 pessoas

o sandro, que ficava na porta da exposição tinha um 'gentômetro', um aparelhinho que ele apertava todas as vezes que entrava alguém no salão. pois bem, do início da noite até o final, foram 201 apertadinhas.
cada uma para um visitante, uma pessoa que veio ver as obras do meu amor. parabéns, Sérgio. tenho tanto orgulho de você.

definição de visita

querendo ter minha casa de volta. ter visita é bom, quando dura pouco. visita de mais de uma semana limita os territórios. e quando a gente vê, está acuada. espremidinha num canto, para ler sem ter que conversar. para olhar para o teto, sem ter que se desculpar. para não fazer nada, sem ter que fingir que está fazendo. visita é como casa da praia. boa quando chega, boa quando vai.

agora tem gente que não é visita. essas podem ficar. podem durar. podem morar.

minha sogra

no começo nossa relação foi muito difícil. como são as relações entre mulheres que partilham o amor por um homem. mas o fato é que depois desses anos de convivência e aceitação mútua, hoje nos gostamos. e eu estou muito feliz que ela está vindo conhecer minha casa. estou arrumando tudo para recebê-la como rainha que é. benvinda, geralda.

o tímido e a manequim

ontem, fomos no show do paulinho da viola no teatro fecap. ele tocou músicas lindas, raras. não, não tocou foi um rio que passou em minha vida e meu coração me deixou levar. mas tocou tantas outras maravilhas, a maioria desconhecida para mim. uma delas especialmente me falou ao coração. uma que ele fez para a mulher quando ainda eram nem sequer namorados. ele viu um foto dela posada - ela posava para o irmão fotógrafo - e ele, paulinho, se encantou. e logo pensou: 'mas será que ela vai querer alguma coisa comigo?" ele fez uma música, ele e ela fizeram um casamento.

o nome da música é o título dessa postagem.

mamãe

ontem sentei ao lado dela quietinha. e fiquei olhando para ela, fazendo carinho em seus pés. sem falar nada, sem rezar, sem pedir para ela ir ou descansar. apenas dando meu amor, pelos olhos e pelas mãos. ela ficou só me olhando, às vezes desviava o olhar para ver a tv que estava ligada na propaganda política. depois voltava seus olhos para mim. e assim ficamos por uma boa meia hora. até que o sérgio chegou, já tinha deixado os remédios com a enfermeira e fomos embora. antes de ir, dei-lhe um longo abraço e um beijo. ela me olhou. olhou para o sérgio.

hoje, recebi um telefonema da clínica, dizendo que ela tinha arrancado a sonda gástrica por sua própria conta. pareceu-me que não quer mais comer. pareceu-me uma vontade de descansar. que assim seja, mamãe.

doblô, a aventura

hoje pegamos o carro novo. saí da concessionária dirigindo como se tivesse carregando ovos em uma colher. cuidadosa. com medo e sorrindo de nervoso. o sérgio ao meu lado não parava de falar. olha o farol, liga o ar, veja como acerta a hora, está acabando a gasolina, está trânsito, vamos ficar meia hora nessa rua, vira à esquerda, abaixa o vidro, a gasolina vai acabar, pega a artur, tem um posto na mateus grou, cuidado!! ai morreu, desliga o ar antes de ligar o carro. está no manual. olha o farol, dá para passar. olha o carro. o retrovisor está acertado para você? ai, meu deus, para!

até que enfim... o posto.

pessoas que não sentem nada.

será que existem pessoas que não sentem sentimento?

notícias

tem notícias maravilhosas, que alegram e aquecem. trazem os ventos lá de longe, notícias que nos contam histórias, nos falam de pessoas. mas também tem notícias que despencam do alto com uma força descomunal. nos deixam sem voz, sem ar. sem alegria. essas notícias não deviam existir.

quer saber?

adoro tendências. adoraria viajar o mundo para pesquisar tendências. pesquisar o que as pessoas estão comendo, estão vestindo, estão ouvindo. seus perfumes, suas crenças, seus gestos, suas danças. uma voyeur do mundo, das culturas. por enquanto estou sem tempo para sair da frente do computador. então vejo o mundo pelas telas da internet. as infinitas telas que contam mil histórias. mas o que eu quero mesmo é algum dia poder sair daqui e ir para a rua. viver os cheiros, os ruídos, as cores. estou sentindo falta do mundo lá fora.

comprar carro

eu não troco de carro sempre. não sou dessas pessoas que acha que a cada dois anos deve ter uma caranga nova. não sou como o namorado da minha amiga que tem 10 carros. isso mesmo 10 carros!!! inacreditável. (mas aí eu pensei que para ele pode ser inacreditável alguém que tenha 30 sapatos).

não tenho ansiedade de comprar carro, muitíssimo pelo contrário. a cada dia tenho menos apego aos carros. gosto de andar à pé, de taxi, de metrô. que pena que não tem trem no brasil. mas o fato é que depois de 6 anos, chega a hora que é melhor trocar de carro, antes que ele comece a dar problemas, isso quem disse foi o mecânico, numa espécie de arakiri de sua própria profissão. ora, quanto mais velho o carro, mais trabalho o mecânico pode ter, mas enfim.... lá fomos nós atrás do carro que queremos. doblô adventure. carro para viajar com os cachorros. grandão para a cidade, mas ideal para a estrada. e cá estamos com mil documentos, mil cartórios, despachantes, etcs e tais. nossa como é complicado trocar de carro. acho que já assinei o meu nome umas 100 vezes. isso tudo sem ter visto ainda a cara do doblô. "é que ele está no nosso pátio, lá na concessionária". ah, tá. explicado. comprei o carro sem ter visto.

chorona.

é difícil fazer 46 anos. não exatamente pelos 46, mas por um sentimento de tanta vida vivida já. parece que no dia em que se ritualiza a passagem, a gente faz uma espécie de mini-documentário de nossos momentos mais marcantes. o fato é que apesar do rio, eu fiquei triste, senti saudades de quem já foi, chorei à beça, relembrei, rememorei, mas também senti um amor imenso e intenso por quem está aqui, do meu lado. todo dia, me abraçando, me apoiando, me ouvindo, me beijando, me amando. chorei de felicidades também.

festival de orquídeas no jardim botânico carioca









contentamento carioca

saímos sexta bem cedinho, descemos no santos dumont às 10h00. fazia sol, fomos para o hotel. aí foi me dando uma alegria e um contentamento que só tenho quando chego ao rio. não tenho essa espécie de felicidade em nenhuma outra cidade, em nova york sou bem feliz também, mas é um sentimento de outra cor e outro sabor. no rio, é um contentamento de base, meio antigo. talvez da infância. talvez do sonho. talvez do imaginário da bossa nova. sei lá. o fato é que vou me colorindo quando chego em suas areias. vai me dando uma vontade de vestir roupas mais vistosas, batons mais fortes, brincos de argolas maiores. sou mais exuberante lá. em são paulo, não. aqui eu sempre acho que tenho que me conter.

o mar rege o Rio

uma cidade regida pelo mar, mas que tem nome de rio.

aniversário no rio de janeiro



a paisagem do sonho

um sábado, uns amigos e um violão

sábado foi uma delícia, fomos na casa de uns amigos que nos receberam tão bem, mas tão bem. conhecemos uma porção de gente nova, um deles tocava violão. uma moça cantava e lá fomos nós entretendo as horas, cantando chico buarque, geraldo azevedo, cartola, flávio venturini. como a vida é boa. como é delicioso celebrar. tintin.

inspiração

♡♥❤♡❥❤♡

e viva a vida, que amor brincadeira. eles se amaram de qualquer maneira. qualquer maneira de amor, vale a pena. viva!

sonho

hoje depois do almoço, naquele cochilinho impagável do domingo à tarde, tive um sonho muito estranho, vívido, parecia que estava REALMENTE acontecendo. e ouvi a voz de um amigo que não vejo há anos, ele conversou comigo, me disse o que estava acontecendo com ele, na vida dele. eu ouvi tudo quietinha e depois acordei. nossa!

nosso lar

acho muito bacana que um filme espírita como Nosso Lar tenha levado milhões de espectadores ao cinema logo nos primeiros dias de exibição. que bom. auspicioso que nossos tempos estejam abrindo espaços tão amplos para o mundo que vive além de nós, além do nosso corpo, e da nossa terra. sim, pois sei que existem muitos outros planos. eu tenho uma certeza disso, que vem do fundo do meu coração.

sabadinho

hoje foi um dia incrível. porque eu não fiz nada, a não ser cuidar de mim. acordei e fui ao cabelereiro, meu deus como estava precisando! estou com muitos fios brancos, que surgem de uma semana para outra, parece que pipocam na minha cabeça os fios de cabelos brancos. o meu médico ayurveda me explicou: é que como sou pitta predominante (fogo) eu tenho tendência a ficar branquinha mais cedo. com minha mãe foi assim também. pois bem, lá fui eu na Jaira. minha incrível cabelereira de bairro que é uma fofa da cor, sabe tudo, prepara uma tonalidade que me caiu como uma luva: vermelho meio claro. sim estou ruiva! e as pessoas me param para perguntar se sou ruiva de nascença. não, pessoal, sou ruiva de crescença, ruiva de Jaira. depois da tinta no cabelo e nas unhas das minhas mãos, fui almoçar com o Sérgio no chileno, um lugar suuuuuper simples na Arthur e suuuuper tudo. tem uma salada de tomates sem casca que é uma delícia. comi uma empanada de camarão e congrio com a minha salada preferida. e tomei um suco de limão delicioso. aí fui fazer umas compras que precisava para minha mãe, passei em casa e depois fui para a massagem. foi tão bom que até dormi nas mãos da fofa que me atendeu. aí fui na livraria e na banca, comprei jornais e revistas e voltei para casa. tomei sopa, comi goiaba e chá de hortelã com maracuja. agora estou trabalhando. para adiantar tudo que tenho que entregar na segunda. mas estou tão bem, e tão feliz, que tenho certeza que os textos vão fluir, feito água de riacho. bom domingo a todos.

ir e voltar da praia

ontem levamos 8 horas para vir de paúba a são paulo. paramos no dalmo para almoçar e o resto foi um trânsito inimaginável. todos tiveram a mesma ideia brilhante que nós: vir embora um dia antes do feriado, já que o tempo estava ruim, já que não ia ter sol no dia seguinte, já que.... por quê ficar na praia? melhor vir embora logo para casa. quem sabe dava até para pegar um cineminha. saímos ao meio-dia. e a partir de boiçucanga, já começamos a perceber os tantos carros na estrada. mesmo assim, pensamos que poderia ser um trânsito das próprias praias. gente indo almocar, fazer compras, etcs e tais. mas não. e aí enfrentar a paradeza geral foi uma tristeza, uma prova à nossa paciência. quanta gente existe no mundo. especialmente no caminho que liga a praia à minha casa.

para rodrigo

a gente se conheceu lá atrás, em 1987. tínhamos ido pedir estágio na Denison. lembro como se fosse hoje, você com uma calça de tergal e camiseta branca, as pernas compridas e a voz fina. eu estava com uma saia comprida que minha mãe havia costurado especialmente para a ocasião (para dar sorte, disse ela), hoje pensando bem... acho que eu parecia com uma hippie dez anos atrasada. enfim, mas nós conseguimos o estágio, depois o emprego e ali ficamos frente a frente por longos anos. (não lembro quantos). criamos boas e péssimas campanhas. brigamos, fizemos as pazes, fizemos política, vimos gente ser mandada embora, gente entrar, dormimos de ressaca no RTV na hora do almoço, fizemos incontáveis baladas às sextas depois do expediente. tivemos nossas histórias de amor sempre complexas que compartilhávamos, chorando e rindo, sempre com o apoio do outro. você namorou, levou um fora tremendo que te deixou com uma dor de cotovelo imensa, escreveu uma longa carta de despedida para sua namorada. lembro até hoje, era numa daquelas folhas de papel contínuo, uma carta se despedindo do amor. trágica, dramática, como eram os sentimentos dos vinte e poucos anos. eu também vivia na fossa, curtia mesmo um amor desses impossíveis, difíceis, irrealizáveis. tomamos incontáveis porres juntos, conhecemos a liberdade com o Premê, íamos no Longchamp na Augusta, para comer lasagna à bolognesa e ficar assistindo o Amir Klink debruçado, quieto, olhando para a madeira do balcão. uma vez tentamos pedir emprego juntos na agência que o Nizan ia abrir - dm9! ele elogiou tanto nosso trabalho, mas nunca nos chamou para conversar.  eu lembro que fiquei tão decepcionada. enfim, tantas águas rolaram. um belo dia, você recebeu uma proposta e saiu da Denison, casou, separou. eu fiquei mais um tempo lá, depois saí e peguei meu rumo, ou desviei um bocado, sei lá. só sei que virava e mexia nos encontrávamos, até que trabalhamos juntos de novo, você casou com a Lúcia, eu com o Sérgio e começou uma nova fase nas nossas vidas. voltamos a nos ver. você é meu melhor amigo homem, dentre todos eles, você é o maior, o melhor. aquele que compartilhou tantos sonhos, choros, risadas, reclamações e malcriações. e também tantos pratos de comida, tantos goles de bebidas ruins e boas, tantos sonhos e ressacas. aquele que me conhece com um simples olhar. acho que por isso que somos grandes amigos. porque nos conhecemos, porque nos escolhemos e nos acolhemos. eu te amo, meu amigo. e te desejo um super aniversário.

clarice

"Menino
- Mamãe eu vi um filhote de furacão, mas tão filhotinho ainda, tão pequeno ainda, que só fazia mesmo era rodar bem de leve umas três folhinhas na esquina."

trabalhar em casa uma tarde da semana não tem preço

hoje à tarde voltei de uma reunião e vim trabalhar em casa. tão gostoso. almocei, lavei a louça, arrumei a cama, passeei com os cachorros, tomei banho, passei creme e.... bem... ainda não trabalhei. mas vou começar agora! feliz da vida.

minha amiga roberta dançando ao som do flamengo






cama

o tempo está tão esquisito, tão seco e poluído que minha garganta não aguentou e pifou. nesses dois dias fiquei aqui em casa, querendo só dormir. hoje, domingão, acordei, fui no supermercado, pois estava naquele momento periclitante de apenas algumas folhas de alfaces murchas na geladeira... pois bem,
lá fomos nós gastar quase 700 reais no Mambo. depois fomos na Cobasi comprar ração para os dogs (mais 300 reais) e por fim, casa. almocei e capotei. dormi a tarde inteirinha, das 2h às 6h, sem culpa, sem acordar. aquele sono intenso que te joga na cama. um sono amante.  agora me sinto mais disposta, mas daqui a pouco tenho certeza que vou deitar na minha caminha e ela irá me aconchegar imensamente com seus braços de molas.

manoel de barros

A mãe reparou que o menino
gostava mais do vazio
do que do cheio.
Falava que os vazios são maiores
e até infinitos.

sentimentos esquisitos

dias estranhos dentro de mim. envelhecer é dolorido, como um machucado de criança. faz casquinha, a gente coça, volta a sangrar, quando está quase sarando, coça de novo, sangra de novo. estou com essa ferida aqui dentro.

poesia na filosofia

"algumas viagens ao exterior foram para mim a ocasião de provar geografias, engolir terras e céus, apreciar aromas e sabores ligados às regiões e costumes. ver um país não basta, é necessário também ouvi-lo e prová-lo, deixar-se penetrar por todos os poros. o corpo é o único caminho de acesso ao conhecimento. só a geografia gulosa é sem tédio" michel onfray em "o ventre dos filósofos"

num indo e vindo infinito

sábado fizemos um jantar para amigos novos e amigos antigos. pessoas que vão e vêm nas nossas vidas. deu tudo certo, os casais se entenderam. eu fiquei tão feliz, tão preenchida pela energia boa que circulava no ar. fiz de entrada uma sopinha de mandioquinha com camarões, depois um palmito pupunha assado no forno e um risoto de cogumelos. sobremesa, a Nelcy trouxe sorvete de creme com doce de leite. huuuuum. para acompanhar vinhos, muito vinhos. essa foi a minha receita de felicidade.

não seja recíproca, seja verdadeira

li isso no Facebook, não sei de quem é, mas adorei. E acho que devemos cultivar essa prática. Porque a verdade é a melhor recíproca.

guilherme arantes

ontem terminamos a noite no bar brahma. estava lotado, só conseguimos uma mesa no terraço e ventava um vento frio de cruzar os braços. rimos muito, de repente a mesa se fez com pessoas que não se conheciam muito bem, o elo era eu e o sérgio. mas não é que deu liga? contamos piadas, ouvimos piadas, histórias, trechos de vida, fragmentos de viagens e rimos, rimos, rimos. pedimos chopp e pastel e sandubas e a certa altura, me levantei para ir ao banheiro. e no outro salão estava tendo um show do guilherme arantes. olhei de relance, e lá estava ele em frente a seu teclado e a um microfone: quando fui ferido, vi tudo mudar.... enquanto ele cantava, algumas mulheres com mais de 40 dançavam a sua frente, frenéticas, nostálgicas. me peguei lembrando de mim em outros tempos, do 'escuro no quarto' e tudo mais. como o tempo passa rápido. nos damos conta disso quando olhamos para os outros.

os dois potes de ouro na linha do mar

fomos para paúba, viver lá a conjunção dos 4 planetas. antes de pegar estrada, tudo deu errado. erramos feio o caminho para imigrantes, ficamos 1h30 parados no trânsito de sexta-feira à tarde em São Paulo. brigamos, resmungamos. chegamos 19h30 em paúba, jantamos, bebemos vinho, brigamos mais um pouco, fizemos as pazes, dormimos de bem. e no dia seguinte, o grande presente. um lindo arco-íris inteiro na nossa frente. o começo e o fim dele, dois potes de ouro. nos abraçamos, rimos, rezamos, agradecemos. um lindo presente no dia dos planetas. obrigada.

jazz nos fundos

fica nos fundos de um estacionamento. uma birosquinha. lá tem um pequeno clube de jazz, uma delícia, com uma acústica ok, e músicos muito bons. no sábado fomos ver o Quinteto Zeli Silva, do meu querido amigo de tantas horas. ficamos no gargarejo ouvindo o som. aí vai o registro.

sobre livros

nesse domingo passei o dia todo arrumando estantes. literatura brasileira clássica numa prateleira, brasileiros modernos em outra. biografias numa só para ela (nossa quanto livro de biografia eu tenho!) depois literatura estrangeira clássica, moderna, livros de culinária, de filosofia, livros policiais, de astrologia e outras ciências ocultas. nossa, quando acabou eu estava exausta! é que além do trabalho físico tem um envolvimento psicológico grande: cada livro é literalmente uma história na minha vida. uns vêm com dedicatória, outros não, mas vêm com significados ocultos: onde comprei, que época da vida, o sentimento que tive quando li e etcs. hoje quando acordei e vi minhas duas estantes belas e virginianas, fiquei orgulhosa.

a grande configuração de agosto 2010 ( a imagem que postei foi do site Cova do Urso, do astrólogo Antonio Rosa)

chamada a Grande Cruz é uma configuração que envolvem planetas poderosos: Plutão, Urano, Saturno, Júpiter, Vênus e Lua. O que significa? Astrólogos do mundo inteiro estão se reunindo em simpósios, conferências para tentar decifrar tamanha complexidade de relações entre os planetas. Só para explicar melhor: os aspectos vermelhos (que formam o desenho da Grande Cruz) são aspectos tensos - quadraturas e oposições. A última vez que houve uma Grande Cruz foi em 1931, época de ascensão do Fascismo, formação do Exército Vermelho da China e potencialização do Stalinismo. No mundo de hoje, ainda não sabemos. Estou lendo em várias páginas de astrólogos, assim que tiver uma ideia formada, compartilho aqui.

preparando a semana

domingo à noite. vendo final da liga mundial de vôlei - Brasil x Rússia. está 2 sets a zero para o Brasil e eu decido escrever um pouco, preparar-me para as tarefas da próxima semana. muita coisa pela frente, muitos trabalhos mas também e inclusive a configuração astrológica mais importante dos últimos 80 anos. é preciso concentração, inspiração e foco, para que tudo saia da melhor forma possível. inspirar, expirar e meditar. om.

agora mais de perto

uma semana de vinhos em paris deu nisso

demora

a gente volta de viagem, mas parece que a viagem não sai da gente. cá estou eu, querendo por o pé na estrada de novo.

nosso apartamento em paris

fica na 26, avenue tivoli, no 7ième, bela localização, pertinho da torre. é de uma professora amiga do paulo. ela nasceu em são josé do rio preto, se formou na são francisco e comprou o apartamento em paris há alguns anos. ela usa bastante mas quando não está, aluga. é uma graça: são dois quartos com dois banheiros de chuveiro (o vaso sanitário fica em outro lugar e é único, isso - me disseram - é mania de francês), pois bem e entre os dois quartos fica a sala e a cozinha americana.

espelho, espelho, meu...

contra-luz

mar

acordei pensando no mar. em olhar o mar, pular no mar, nadar, ouvir, tocar. cadê o mar?

Dead Ringer

sábado estava frio e chuvoso. ficamos embaixo do cobertor assistindo uma porção de filmes, entre eles um com a Bette Davis. muito bom, bom roteiro e ótima interpretação dela que faz o papel de duas irmãs gêmeas. vale a pena.

aniversário de amor

ontem fizemos aniversário de conhecimento, fomos no Pasquale comemorar nosso encontro, nossa vida, nossas conquistas, relembrar o primeiro olhar, o primeiro encanto, o primeiro cinema, o primeiro restaurante: ele mesmo, o Pasquale. saímos de casa e fomos à pé, conversando sobre a vida, sobre a física quântica que o Sérgio ama tanto e sabe tanto, sobre psicanálise, sobre Yung e Freud, sobre o vento, o fim de semana, a chuva que cai ou não cai, a próxima viagem, o fim do financiamento do apê. tantas miudezas fazem a nossa história. pois bem, foram esses detalhes todos que comemoramos. eu, com um orechine ao molho de bacalá (bacalhau em italiano); ele, com um spagueti a toscana. pedimos vinho da puglia e sobremesa. saímos de lá flutuando, nos amando mais um pouquinho.

desenhinho em um diário antigo

uma página do meu diário de 1999

imagem inspiração

desde pequena que eu gosto de diários, agendas. expressões descompromissadas de nosso dia a dia. essa página é de um journal (diário) de uma americana chamada Sabrina Harrison. e ela faz uma lista de tudo o que está na cabeça dela: 'the first thirty-four things on my mind today'.

há quatro anos e agora

No dia 01 de julho de 2006, o Brasil jogou com a França pelas quartas de finais da copa da Alemanha. O Brasil perdeu o jogo e eu perdi minha irmã, que faleceu naquele dia. Quatro anos depois, o Brasil joga com a Holanda, no dia 02 de julho pelas quartas de finais. O Brasil perdeu novamente.  Ao final do jogo fui para um enterro, da mãe do meu amigo. Coincidências às vezes são cruéis.

a morte

ontem fui no enterro da mãe de um amigo. em todo enterro eu morro um pouco. olhei para o marido que ficou, muito frágil, muito triste, muito vazio. comunguei o sentimento com ele. olhei os filhos, inconsolados, a melhor amiga, falando do quanto "ela agora está lá em cima, olhando pela gente, nos protegendo e nos esperando." compartilhei  essas palavras silenciosamente. saímos de lá e fomos almoçar com nosso amigo. ele abriu três garrafas de vinho e bebeu muito. acho que ele sozinho deve ter entornado duas garrafas. e falou, e chorou, e mostrou o que escreveu para a mãe. e no final nos abraçou e agradeceu. eu saí de lá triste. lembrando dos meus próprios enterros.

reflexos de paris

nina

quando chegamos em casa ela não aguentou de tanta felicidade. lambeu, lambeu. pulou, dançou, rebolou. a minha cachorrinha chow chow é um encanto para nós. quando viajamos ela se deprime, fica triste. às vezes se come - fica com a pata todinha em carne viva. dessa vez ela fez greve de fome. me disseram que não comeu por dois dias, até a sirleide, minha querida cozinheira, colocar caldinho de carne em sua ração. aí não teve saudades que resistisse.

ces't ça nina

a volta

voltar é sempre bom e sempre complicado. as duas coisas. é bom, porque tem o cheirinho de casa, a maciez da cama, a fofura do travesseiro. complicado, porque vem a avalanche dos afazeres. a falta de ritmo. sempre que volto de viagem, perco o ritmo da cidade. são paulo fica incompreensível para mim nesses primeiros dias. eu fico sem lugar na cidade. o meu tempo não combina. e assim vai, até pegar no tranco.primeira, segunda, terceira, quarta, quinta.

a moda parisiense

as tendências apontam para a felicidade. segundo as principais companhias de tendência do mundo, como a Li Edelkoort, as pessoas cansaram do sofrimento e da tristeza, agora é a hora da alegria, da exuberância e esses sentimentos migram para a moda. as vitrines em paris são decoradas com flores de plástico, as estampas das roupas levam muitas florzinhas miúdas, coloridinhas, como um grande jardim visto de longe. nas casas de perfumes e chás, as flores também são as vedetes das fórmulas. a tradicional casa de chás "marriage fréres" tem um pequeno display apenas com chás que levam flores em sua composição. flores por todos os lados. a primavera está evidente em paris.

flores estão nas ruas e nas roupas

em frente à loja da Annick Goutal, minha perfumista predileta

um cantinho