cartas do caminho sagrado

"Esteja atento a todos os ritmos e veja como o seu se encaixa. Se você se sente bem, você se torna a música e se torna uma celebração da vida".

arrumar as malas

incrível como eu me enrolo toda para fazer as malas. começo e não termino, vou pegar uma coisa e esqueço o que era, descanso um pouco, abro a gaveta da maquiagem e me distraio com as cores novas das sombras. abro o armário e vejo as roupas que nunca uso. penso na vida, penso nas roupas que usei nos momentos que vivi. enfim, arrumar as malas é uma sessão pesada de terapia: me deixa exausta.

fernando pessoa

"na véspera de não viajar nunca, pelo menos não tem que se arrumar as malas."

indo para joão pessoa

entrar no mar, andar no calçadão, ir para picãozinho, comer camarão. caranguejo, pitu, suco de graviola, ouvir as marolas, sentar na varanda, dançar com o mar, brincar com a areia, vento no rosto. caminhar, ensolarar-se de verão. enluar-se. descansar. voltar feliz, reconfortada, aninhada pelo balanço da praia. sou feliz perto do mar.

mário quintana

"sonhar é acordar-se para dentro."

meu pai oxalá

é o rei quer me valer!

semana difícil de entender

fiquei doente. tive febre. vomitei. dor de estômago, desarranjo intestinal. fiquei pensativa, calada, com dores no corpo, dormi e bebi muito líquido. li os dois primeiros livros da trilogia millenium inteirinhos e já comprei o terceiro. apaguei um começo de incêndio aqui em casa, um pano de prato que estava pendurado na tampa de vidro do fogão pegou fogo enquanto eu ardia em febre num estado sonolento. acordei com o cheiro desci e as labaredas já tinham destruído a tampa da minha chaleira e o pano de prato inteirinho.
com o coração nas mãos eu apaguei o fogo do fogão que fervia a panela com as batatas (aos doentes as batatas!) depois tirei a chaleira com cuidado e joguei na pia, abri a torneira e, com as duas mãos em forma de cuia, levei água para o pano de prato em chamas. chulap! deu certo. só ficou um cheiro de fumaça no ar. no dia seguinte a tempestade curva que quebrou os vidros da cozinha e um vasinho de cristal que era da mamãe ou da suzana. plooft. e assim se passou uma das semanas mais curiosas da minha vida. tudo deu certo, mas de um jeito meio engraçado de se mostrar. alguma coisa está em ebulição, algum acontecimento prestes a se externar. a benção, meus orixás!

aconteceu uma tempestade

hoje choveu tanto, mas tanto. chuva com vento em todas as direções. chuva que dava curva e entrava nos lugares mais improváveis. vento que arrastava árvores que chacoalhava carros. eu cheguei em casa agradecendo aos céus. obrigada, senhores, por me deixarem chegar sã e salva. porém quando estava na garagem saindo do carro e indo em direção ao elevador, foi que ouvi um barulho tão forte, mas tão forte que não sabia se voltava para o meu esconderijo automobilístico, se pegava o elevador e corria o risco da luz acabar (aqui em casa, sempre que chove muito, acaba a luz) ou se subia de escada. resolvi subir de escada. mas quando tentei abrir a porta que dava do 1S para o térreo não consegui tamanha a força do vento (vai vendo!). decidi apertar as mãos em prece e peguei o elevador. rezei até ave maria, e a oração do anjo da guarda que só rezo nos momentos de muita necessidade. cheguei no meu andar, ufa! quando fechei a porta do elevador, apagaram-se as luzes do prédio. caputo!

entrei em casa, quando me dei conta havia deixado uma das janelas da sala abertas - molhou meu sofazinho. fui lá e fechei prontamente. quando voltei em direção à cozinha, vi cacos de vidro espalhados por todo o canto. pensei que meus copos tinham quebrado... que nada, foi a janela da cozinha que quebrou, o vidro se espatifou com o vento curvo.

foi assim... enquanto terminava de catar o último caquinho, olhei pela janela e vi o sol brilhando.

virose

e o corpo ainda é pouco. uma virose me ataca e cá estou prostada, sem vontade, sem energia. deitada nos pensamentos.