michael jackson parou o trânsito

hoje na paulista uma enorme concentração de pessoas devidamente registradas pelas câmeras do SBT cantavam e dançavam Michael Jackson. Meninos, moços, moças vestidos a carater tentavam imitar os passos do criador de Thriller. Ao som de "Beat it" se divertiam e homenageavam seu ídolo. todos os carros parados, sem buzina. motoristas sorridentes. pedestres sorridentes. alguns até ensaiavam uns passos de dança.

é isso aí. o mundo vai perdendo um a um seus grandes ícones. tenho a impressão que nesses novos tempos que começam agora não caberão mais ícones imensos, como foram john lennon, elvis presley, michael jackson, martin luther king... agora começa a era dos pequenos ícones, eu, você, nós, vivendo em paz com os valores comuns ao planeta e,
por isso, sendo exemplos para os outros.

sem drogas, sem ilusões, sem máscaras, sem pílulas, sem a busca pela eterna juventude, sem as grandes multidões para aplaudir. no novo mundo seremos todos astros e público. palco e platéia.

marlene dietrich em diamantes por vik muniz

o mundo feito com restos de computador por vik muniz

um pedaço de algodão por vik muniz

vik muniz no masp


exposição imperdível. para crianças e adultos de todas as idades verem como transformar todos os tipos de objetos possíveis em obras de arte. sucata, pedaços de papel, restos de computador, serpentinas e confetes, macarrão, doce de leite, caviar, diamantes. tudo vira imensas obras de arte que depois são fotografadas por ele e expostas.

é o artista brasileiro mais consagrado lá fora. ao lado de beatriz milhazes.

olhem só um autorretrato feito com bolinhas de papel.

lá no céu existem fotos de família?

meus irmãos pequenininhos



minha irmã suzana está toda coquete em seu vestidinho. eu tenho tantas saudades dela.
essa história das pessoas irem embora quando ainda temos tanto a falar é realmente muito difícil. nesses dias, por exemplo, em que mexo e remexo nas caixas e coisas de antigamente, me sinto invadida pela suzana. onde será que ela está? no céu ou nas estrelas?

meu avós num casamento?



parece mais enterro.

casamento meus pais

venenos de família

Assumpta era de Careggine, vila perto de Lucca, na Toscana. Antônio Luiz (Tonico) era de Campos do Meio, Minas Gerais. Ela veio para o Brasil no começo do século XX, com as irmãs. Não sei se os pais também. Ele era um fazendeiro, neto do Barão de Pontal, filho do Vovô Chiquinho, um grande pecuarista e abolicionista. Antes de morrer, vovô Chiquinho doou a terça-parte de suas terras para os escravos. E foi morto com cicuta, parece que por seu sogro, o Barão, que era um grande escravagista. Isso é o que contam. O sogro mandou envenenar o genro por causa de suas ideias e das terras. Só que o veneno saiu pela culatra, pois a minha bisavó, filha do barão, também morreu nessa artimanha. E assim, os pais do vovô Tonico, morreram com 40 dias de distância um do outro, os dois envenenados. Deixaram 4 filhos. Um deles se casou três vezes, a última delas com a Assumpta e tiveram 8 filhos. Um deles é minha mãe, que se casou com Paulo, também mineiro de Divinópolis e tiveram 4 filhos, um deles sou eu.

minha avó Assumpta e meu avô Tônico



da caixa das fotos, o passado ganha força.

bagunças assanhadas

hoje tirei o dia de folga. resolvi não escrever, não trabalhar. arrumei minha casa e a impressão que tenho depois de um dia inteirinho de sobe e desce, anda e desanda, tira e põe, parece que está tudo pior do que estava!!!! é que estou começando a tirar a bagunça de dentro dos armários. antes elas estavam protegidas, agora estão escancaradas. bagunças assanhadas!

meu território

são 135 metros quadrados. e não é que a gente conquista tudo assim de uma vez. não! tudo se dá aos poucos... a cada dia, a cada minuto eu conquisto mais um pedacinho.

Raul Seixas na reunião

hoje numa reunião com um especialista da Amazônia: (e ele não era um militante estressado, nem um ecochato, longe disso)

- "Você sabia que a Amazônia já está toda vendida, né?"
- "Não, dessa maneira que você está falando, não", digo eu.
- "Pois in-tei-ri-nha loteada, alugada, vendida. Não temos nada mais nosso. Que soberania nacional, o quê!"

Eu, estupefata.

Ele continua:

- "O Greenpeace, por exemplo, tem uma imensa área que mandou cercar com aramados, e colocou várias placas, com os dizeres: Não entre. Propriedade particular Greenpeace! E a coincidência é que essa área tem uma incrível biodiversidade e muitos mananciais de água. Se era para pesquisa, eles deveriam ter pesquisadores lá. Não tem. Só tem vigias. Se é para preservação deveriam cercar toda a Amazônia..."

Eu, triste.

Ele continua:

- "O Greenpeace é financiado pelo governo americano."

Na hora me lembrei do Raul Seixas, com aquela música profética em que ele diz:


A solução pro nosso povo
Eu vou dar
Negócio bom assim
Ninguém nunca viu
Tá tudo pronto aqui
É só vim pegar
A solução é alugar o Brasil!...

Nós não vamo paga nada
Nós não vamo paga nada
É tudo free!
Tá na hora agora é free
Vamo embora
Dá lugar pros gringo entrar
Esse imóvel tá prá alugar
Ah! Ah! Ah! Ah! Ah! Ah!...

Os estrangeiros
Eu sei que eles vão gostar
Tem o Atlântico
Tem vista pro mar
A Amazônia
É o jardim do quintal
E o dólar dele
Paga o nosso mingau...

Nós não vamo paga nada
Nós não vamo paga nada
É tudo free!
Tá na hora agora é free
Vamo embora
Dá lugar pros gringo entrar
Pois esse imóvel está prá alugar
Alugar! Ei!
-Grande Solução!...

Nós não vamo paga nada
Nós não vamo paga nada
Agora é free!
Tá na hora é tudo free
Vamo embora
Dá lugar pros outro entrar
Pois esse imóvel tá prá alugar
Ah! Ah! Ah! Ah!
Nós não vamo paga nada
Nós não vamo paga nada
Agora é free!
Tá na hora é tudo free
Vamo embora
Dá lugar pros gringos entrar
Pois esse imóvel
Está prá alugar...

Está Prá Alugar Meu Deus!
Nós não vamo paga nada!
Nós não vamo paga nada!
É tudo free!
Vamo embora!

solidões

por que eu sinto tantas solidões aos domingos? pedaços de solidão espalhados aos ventos. estou sempre querendo que venha logo a segunda. para espantar essa tristeza pré-fabricada.

saudades das minhas amigas

cadê vocês? nininha, narizinho, nini, anona, lili, loló, silvaninha? onde vocês se esconderam?

caixa de fotos

nina

lobinho

momentos de amor

paúba, litoral norte de SP

canavieiras, bahia

meu apartamento

é lindo, ventilado, iluminado, boa energia. que todos que estejam aqui vivam bem, em paz e harmonia. os cachorros estão felizes, as plantas estão felizes, até os objetos sorriem.

à beira do rio, à beira do mar

sergio e eu fomos a dois casamentos no último mês. um em visconde de mauá - de frente para a cachoeira; outro em barra do una, de frente para o mar. o primeiro casal - sylvia e guto - estavam frescos em seu matrimônio, o outro casal - a dani e o alê - comemoraram 10 anos de união. a filhinha deles, valentina, entrou com as alianças nas mãos e, muito compenetrada, deu a caixinha para o pai. a mãe entrou de mãos dadas com o pequeno oliver. nos dois casamentos chorei muito, fico feliz com o amor demonstrado. acho que é disso que o mundo precisa para não se calar. amai-vos uns aos outros.

pedaços de mim

mudamos enfim. eu com o pé no gesso e com a cabeça cheia das tantas caixas da lusitana por todos os lados. cararecos, bugigangas, pedacinhos de mim espalhados por todo o canto. porta-retratos, velas, bijuterias, roupas, roupas, roupas, pratos, louças, cristais, prataria,, livros, papéisssssssssss, psssiu. às vezes me dá uma vontade de um silêncio de objetos. mas sou fruto de algumas heranças. da minha vó, as louças de porcelana inglesa. da minha mãe, os cristais de seu casamento. da minha irmã as travessas pintadas. enfim. daqui a pouco chega no fim. (só faltam mais duas caixas!)