aniversário

ontem fomos a uma festa de aniversário da minha amiga do coração Nelcy e do Caver, seu namorado. foi uma delícia, reencontrei uma turma de amigos da PUC. e fiquei sabendo assim, como quem não quer ouvir, que daqui a dois anos, comemoraremos 30 anos de entrada na faculdade! como assim? 30 anos se passaram como num passe de mágica. como o tal do 'piscar de olhos'. a questão é que nessa piscada, muita coisa aconteceu nas vidas de todos nós.

encontrei o enor, meu querido amigo, que era meu mentor intelectual. ele quem me dizia tudo o que eu deveria ler. era um grande leitor, ainda é, na verdade. e o que eu mais admirava nele quando estávamos na PUC era que ele pegava um ônibus para ir para a faculdade que levava bem uma hora ou uma hora e meia. pois nesse trajeto, ele devorava títulos e mais títulos, sei lá, como Casa Grande e Senzala, Grande Sertão: Veredas e outras preciosidades assim.

encontrei a sonia maia, que foi para londres e ficou por lá bem uns 15 anos. e agora está de volta, ainda meio perdida, ainda tentando se encontrar em seu país que não é mais tão seu, nem tão nosso. enfim.

encontrei a bibi, que virou uma grande estilista de vestidos de noiva, de madrinhas e de outras moças que queiram um vestido magnifíco, de alta costura e alto carinho. bibi barcellos é o nome dela. soube que ela está fazendo 25 anos de casamento. e lembro direitinho quando ela o conheceu, foi fazer uma entrevista com o caco barcellos, que na ocasião, era um jornalista-revelação. foi amor à primeira vista. ou melhor, amor à primeira entrevista.

e encontrei a tininha, que era a minha super amiga na época, junto com a nelcy. formávamos um trio calafrio. ela também foi para londres e ficou lá por longos anos. voltou depois que o marido inglês morreu e agora está feliz aqui, de namorado novo, de cabelos novos e de peitos novos , sim ela colocou silicone e está bem contente e bem linda.

biblioteca de biografias

eu adoro ler biografias e uma vez uma amiga minha bem antiga - dessas que foram muito queridas, mas ficaram lá no passado - disse que quem gosta de biografia é quem gosta de uma boa fofoca. então acho que eu sou uma grande fofoqueira, pois tenho paixão pela vida dos outros. sempre acho a vida real (ou contada como real) mais interessante que a ficção.

Dentre as últimas biografias que li, recomendo a do John Lennon, do Philip Newman. Também adorei a do Jung, da Deirdre Blair e a do Freud do Peter Gay. Ah, e a do Tim Maia, do Nelson Motta e do Paulo Coelho, escrita pelo Fernando Moraes. Além é claro da clássica Anjo Pornográfico, sobre a vida do Nelson Rodrigues, escrita pelo Ruy Castro.

Acho que esse é um bom começo de biblioteca de biografias.

assaltada no estacionamento

sábado passado, meus amigos casaram. na verdade assinaram um pacto de união estável e daqui um tempo vão se casar. eles nos chamaram para sermos testemunhas e assinarmos o papel. foi uma alegria muito grande para mim e uma honra. agora, o paulo e césar são meus afilhados e também padrinhos. sim, eles subiram no altar no meu casamento.

pois bem, estávamos indo para a cerimônia e paramos o carro em frente à casa deles, num estacionamento de um hotel, na rua haddock lobo. eu tinha deixado o celular no carro (esqueci) e quando me dei conta, depois da terceira taça de moet chandon, e voltei para pegar, não estava mais. claro que o moço do estacionamento disse que não tinha visto. na verdade, não era com ele, pois o outro que pegou o carro já tinha ido embora. claro que o gerente me ligou e disse que o estacionamento não iria se responsabilizar pelo furto. claro que eu não tenho como provar que deixei o telefone dentro do carro. claro que a placa que estava do lado do caixa e dizia: "segurado contra furto e roubo", não tem significado algum. claro que a delegacia onde fui fazer o B.O. estava super atarefada com outros roubos e furtos mais vultuosos e perigosos. claro que fiquei chateada e de ressaca porque perdi parte da festa dos meus amigos. claro que tudo passa e isso foi fichinha perto de um roubo. mas claro que me dá uma preguiça de continuar a viver numa cidade assim.

morte e vida severina, joão cabral de melo neto


"...E não há melhor resposta
que o espetáculo da vida:
vê-la desfiar seu fio,
que também se chama vida,
ver a fábrica que ela mesma,
teimosamente, se fabrica,
vê-la brotar como há pouco
em nova vida explodida;
mesmo quando é assim pequena
a explosão, como a ocorrida;
mesmo quando é uma explosão
como a de há pouco, franzina;
mesmo quando é a explosão
de uma vida severina."


paris x nyc

cidades para mim são como amores. por cada uma delas eu tenho um sentimento próprio.

paris, aquele encanto de paisagem urbana, me fala ao coração justamente por seu charme. acho uma delícia ficar sentada em um de seus bancos, olhando a vida passar, conjugando ao mesmo tempo tantas épocas distintas. não sei amar paris, sem amar os anos 20 em paris, ou sem amar a realeza em paris, ou a renascença francesa. não sei amar paris sem amar saint-tropez, e brigitte bardot e serge gainsbourg. não sei amar paris, sem amar a moda e todos os seus perfumes. paris comunga vários tempos verbais, visuais, pessoais e culturais.

em paris, sou expectadora.

nova york celebra o agora. sempre que estou lá, meu sangue pulsa com mais força, sinto uma vontade de fazer, de andar, de circular linfas e aspirações. nova york me potencializa. não consigo amá-la calmamente. é um amor intenso. não contemplo nova york, eu vivo nova york. não sento no banco da praça para olhar a vida passar. talvez sente no banco da praça para escrever a vida passar, em meu bloquinho de anotações. new york faz pulsar em mim a energia vital.

em nova york, sou parte do casting.

meia-noite em paris

ontem finalmente fui assistir ao filme do woody allen. uma delícia de romance, uma homenagem linda aos anos dourados da mais bela cidade do mundo. viajei com as aventuras do herói e alter-ego do diretor. (aliás sempre achei o ator meio bobo, mas como ele está bem!! penso que o diretor pode fazer milagres, inclusive transformar um ator medíocre num bom ator) me diverti com o casal fitzgerald, com gertrud stein, picasso, hemingway, dali, buñuel. muito bom. saimos de lá muito leves e fomos no Le Tartine brindar paris.

a vida num resort

estou num resort aqui em pernambuco fazendo uma matéria para uma revista de luxo. é a primeira vez que venho para um lugar assim. tudo é um luxo só. tudo é um mimo só. cortesias, como meia-garrafas de vinho com queijos são oferecidas. ou chocolatinhos nos travesseiros para você ter sonhos doces. gazebos com cortininhas de voal ficam de frente para o mar, num convite à contemplação. garçons passam com caldinhos de mariscos no meio da manhã, para abrir o apetite para as caipirinhas. tem hóspede que só bebe Gin Beefer. outros, só caipirosca de todas as frutas possíveis. do lado oposto dos gazebos ficam as tendas de massagens. pode escolher a reflexologia, o shiatsu ou a massagem mix. escolhi essa última, que ganhei de cortesia. relaxei muito, tudo de frente para o mar. tudo com a música das ondas. a piscina ziguezagueia por todo o hotel. espreguiçadeiras ficam abertas sempre, como moças que se oferecem para seus amantes. na diária estão inclusos o café da manhã e o jantar. no cardápio da noite tem desde um quiosque japonês, com sushis e sashimis, até hot rolls diversos. para servir, um garçom devidamente paramentado de garçom de restaurante japonês. em frente ao quiosque japonês está uma mesa farta e variada de saladas. ao lado dela, os pratos quentes, a estação dos grelhados e a estação das massas e pizzas. do lado oposto a mesa com as sobremesas. é uma loucura de fartura. tudo muito. tudo grande. tudo sempre. tudo é superlativo em lugares assim. especialmente a diária que fica em torno de dois mil reais por dia. isso aqui, ô,ô, é um pouquinho de Brasil, iáiá?


grupo corpo

todos os anos eu vou ao teatro alpha para ver o grupo corpo. eu me perco naqueles movimentos, naqueles corpos, naquelas músicas. medito enquanto assisto. dá um trabalhão ir até lá. é longe, o estacionamento fica lotado, é caro. tem fila. às vezes tem vizinhos que falam durante o espetáculo, mas sempre valeu taaanto a pena.

dessa vez no entanto, apesar de estar tudo certo, das músicas serem lindas, dos bailarinos impecáveis, faltou um algo a mais. senti uma monotonia nas coreografias, um certo cansaço. uma falta de um brilho... será? não sei bem. sei que não arrepiou.

mas será que sempre tem que arrepiar?

escrever o nada

tenho profunda admiração por quem escreve sobre o nada. quem consegue enxergar um vazio poético entre as multidões e dali fazer sair a sua voz própria.

poesia do dia_1

hoje completei 10 anos. fabriquei um brinquedo com palavras. minha mãe gostou. é assim:
de noite o silêncio estica os lírios

manoel de barros

céu do mês, por Barbara Abramo


O que não falta é agouro no mês de agosto. Na história do Brasil, temos muitos exemplos deste como um mês difícil. Parece que os astros resolveram puxar o breque para suavizar o impacto indireto das crises de alcance mundial que tendem a se aprofundar nas próximas semanas. Então, começamos o mês sob o influxo impulsivo e ardente de uma Lua nova no enérgico signo de Leão. Para o Brasil, há promessa de intervenção ativa em questões diplomáticas internacionais, nas quais faltará diplomacia, aliás.
O Brasil passará por seu inferno astral, que termina em 7 de setembro, com os perigos de inflação crescente, num cenário de economia internacional crítica.
Além disso, o país também será chamado a se explicar em termos diplomáticos, mas esta é uma história que se destacará na segunda quinzena. Na primeira, temos Mercúrio retrógrado no dia 3, seguido por Netuno no dia 4. Mercúrio é o planeta das comunicações, da imprensa, comércio, médicos e estradas. Retrógrado, este planeta anuncia problemas e obstáculos com documentos, aparelhos de precisão e equipamentos de uso cotidiano. Daí a importância de duplicar o cuidado com papeis importantes e arquivos de computador entre 3 e 27 de agosto.
Netuno retrógrado significa o retorno de certas modas e modismos. Para o Brasil, aponta certa confusão a respeito de identidade nacional, alguns escândalos e tramoias acontecendo bem debaixo de nossos narizes, sem que possamos perceber. O que for armado de agosto a fevereiro de 2012 – tempo que vai durar a retrogradação de Netuno – virá à luz e será revelado em março do ano que vem.
A Lua crescente em Escorpião, em 6 de agosto, é o chamado astral para que o governo federal tome rédeas mais claras e medidas implacáveis contra chefes e caciques regionais.
Esta será uma quinzena difícil, especialmente para quem trabalha com mídia, turismo, advocacia e transportes públicos.
Na primeira quinzena, Marte, o senhor da guerra e planeta que gere o trabalho e a luta pela vida, estará no subjetivo signo de Câncer, o da memória coletiva, patriotismo e comportamento passivo-agressivo em matéria política, militar e social. Marte em Câncer tem também um outro lado: é ótimo para dinamizar a indústria alimentícia e a culinária. Seu lado mais pesado, no entanto, alimenta movimentos de massa de coloração xenofóbica. Estes são assuntos tão díspares entre si, mas unidos astrologicamente pelo simbolismo de Câncer, que é a pátria, a cozinha, a raiz e o clã.
Júpiter retrógrado até dezembro desacelera o consumo interno até fim do ano, assim como diminui a saída dos brasileiros em viagens internacionais. Pode ser que haja problemas com a pecuária nacional a partir deste mês. Os criadores precisarão redobrar cuidados com transporte de animais e sua criação.
Com a Lua cheia em Aquário, no dia 13, algumas coisas ficam mais às claras. Por exemplo, o que o Brasil vai ganhar ou perder ao entrar ou não em querelas diplomáticas. O assunto permanece em pauta por todo o mês e ganha contornos mais destacados na segunda quinzena, que é a mais produtiva, quando Sol e Vênus entram em Virgem, signo do Brasil. Há melhora no comércio e na indústria, algumas movimentações positivas no âmbito da saúde pública e de outros serviços à população. Serviços públicos são assunto que passam ao primeiro plano a partir daí. Vênus traz a chance de o governo reservar recursos financeiros para uma melhoria verdadeira. Pequenos passos e pequenos ajustes podem ser responsáveis por uma sensível melhora. Basta querer.
Na última semana de agosto, Mercúrio volta a movimento direto e libera a comunicação de obstáculos. Sol, Vênus e Júpiter garantem um fim de mês com esperanças e boas expectativas para o Brasil. A Lua nova em Virgem, no dia 29, é o ponto de partida para todo um ciclo de renovação nacional. Vamos torcer para que seja verdade, com cada um fazendo a sua parte, como cabe ao signo da cooperação, com vistas a um resultado coletivo.
No plano internacional, em termos bem sucintos, os cinco astros em retrogradação – Plutão, Urano, Netuno, Mercúrio e Júpiter – representam o breque na economia internacional representado pelas medidas europeias em relação às economias mais frágeis, como Grécia, Portugal e Espanha. A tendência é de aprofundamento dos problemas.
Já os EUA passarão por um momento crítico no início do mês. Marte e Plutão ativam o mapa astral deste país, que será dilacerado por tendências opostas, beligerantes e capazes de provocar problemas estruturais em sua economia.