no meio do caminho existe uma palavra
já acordo com elas. pasta de dentes e escova, no banho, shampoo de mate verde, ou angélica, mato, floresta, a touquinha de plástico fica pendurada no ganchinho. a touquinha tem uma nuvem silkada com alguns respingos de água. água cai do chuveiro, o piso é novo, o banheiro é novo, tem adesivo na parede, de passarinho. meu corpo aquece e o pulso ainda pulsa e o dia está cinzento, a colcha da cama branca fica mais triste e eu desço e tomo chá de gengibre e vou para a yoga. chave, carro, som, eldorado FM, abrir o portão, sair, virar à direita, ir reto, passar uma, duas, três, quatro ruas, e ir em frente, atravessar um, dois, três sinais e aí eu chego. subo as escadas, bom dia, passo a catraca, bom dia, subo outras escadas, bom dia, bom dia, chego na sala, bom dia, tiro o tênis, sento e cruzo a perna, o pé ainda dói, e o corpo ainda é pouco. respiro. silencio. o mundo fica imenso dentro de mim. sem palavras.
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