show do pow

foi uma porrada. dessas que a gente perde o eixo, fica zonza e não acredita. uma porrada no bom sentido. de tirar o fôlego, de arrancar de uma só vez todas as folhinhas dos calendários passados. eu era naquele instante uma menina, que estava no quarto do meu irmão, fuxicando em seus discos para pegar pela enésima vez, um dos beatlles. podia ser qualquer um. foi assim que cresci. primeiro eu gostava mais do john lennon - e coincidiu esse meu amor com a morte dele, aí virou uma epifania do afeto. depois que cresci mais um pouquinho e defini minhas escolhas musicais, vi que gostava mesmo do george. até hoje ele é o meu preferido. mas até ficar adulta mesmo, eu não havia me aproximado do paul. o fato é que a idade vem, e com ela, a consciência de que "times are a changing"e que não é preciso desgostar de um para gostar do outro, e... mils etcs...o fato é que comecei a me afeiçoar a Paul. li a biografia do Lennon e vi na imagem que foi passada do Paul, uma pessoa mais equilibrada que o John. bem mais. e aí fui pesquisando suas músicas, fui entendendo seu papel na dupla mais famosa do mundo e pois bem, ontem lá estava eu no meio do Morumbi, arriscada a virar sardinha no meio de uma porção inimaginável de gentes. o fato é que dancei, chorei, vivi, lembrei, arrepiei, cantei junto, errei a letra, fiquei ali em êxtase. ouvir um 'Beatles' é um privilégio nessa minha vida. e voltei atrás na minha infância. justo no momento em que cantava eleanor rigby junto com paul, o meu coração voltou lá atrás e toda a minha vida foi sentida num só sopro. num pow

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