hoje eu acordei com a memória imensa. uma fenda de lembranças que correram feito rio caudaloso. a rua onde morava com meus pais virou comercial. todas as casas - da dona adélia, da dona maria tereza, da lúcia, viraram restaurantes. a da minha mãe também está prestes a virar.
antes de alugar para esse novo inquilino eu fui ver a casa. fazia uns 7 anos que eu não pisava por lá.fui numa quarta-feira hora do almoço com o Sérgio e encontramos os dois corretores.
eles estavam com as chaves, entregues pelo antigo inquilino. é engraçado você não ter as chaves da sua própria casa. abriram o portão e entramos com o carro. de cara, eu vi as memórias em fila. as tantas pessoas que moraram lá, a minha mãe em seu atelier de costura, as empregadas desfilando seus afazeres, eu brincando de música com as panelas e de professora com as bonecas. existem tantas vidas em uma mesma vida.